Adorei sua carta, obrigada por abri-la pra gente. Admiro sua coragem de viver nesse lugar que é tão frio em tantos sentidos. Depois de ter morado em vários países e ter voltado ao Brasil, também penso na minha brasilidade e nos pedaços de outras identidades nacionais que ficaram em mim. (Curiosa pra ler a resposta da Lalai)
Sua carta me tocou como um espelho. “Fincar raízes no gelo eu não consigo”, è assim que começo um dos versos mais doloridos em “Poemas acesos”, a depressão narrada depois de anos na Suécia. E aguardo seu endereço para mandar de presente o “Encontros de neve e sol”, escrito ao longo de 7 anos como uma tentativa de síntese do estranhamento sentido nos primeiros meses de mudança do Rio para Estocolmo. Ler os seus lembretes de língua como chicote, me identificar com o blasè ao pálido, um pouco de arrogância (tentar pôr silêncio nela sem sucesso), nao saber mais responder. Um abraço, querida. Encantada com a sua escrita e verdade.
Uau. Sinto-me arrebatada e privilegiada por receber essa carta aberta. Passou-se um filme na minha cabeça, já que a Suécia habita a minha vida indiretamente. Entendi tanto sobre o que você fala da vida por aí,dos suecos, da natureza e inclusive a passagens sobre os vickings. Obrigada pela delicadeza e poesia das suas palavras. Espero conseguir responder à altura. ❤️❤️❤️❤️
Encaminhada com sucesso pras amigas imigrantes. Me identifiquei demais com essa leitura. E que delícia de leitura!
Aqui na Belgica eu tenho a questão de morar em Bruxelas, oficialmente bilingue, majoritariamente francofona, cheia de imigrantes, mas trabalhar em Leuven que pertence ao Flandres. Todo dia que vou pro escritório é uma jornada de troca de idiomas.
Quase 5 anos e ainda me perco.
Além de todos os idiomas que se misturam em Bruxelas pela quantidade de imigrantes, existe o encontro oficial entre os idiomas de origem latina e germanica (francês e holandes).
Obrigada pela leitura e por encaminhar para as amigas ❤️ imagino que aí na Bélgica as questões ligadas à língua sejam ainda mais complexas. Boa sorte nessa aventura!
Seu texto me tocou profundamente. Como imigrante no país colonizador, há setes anos vivendo em terras lusas, é sempre impressionante perceber a diferença nos relatos de outros brasileiros em países que não falam a mesma língua que a nossa. Apesar de que, aqui, eles tratam o nosso português como o "português brasileiro", sempre com desdém. É até redundante falar da xenofobia cotidiana. Entende-se o que outro fala, mas muitas vezes não se quer entender, não se quer misturar, não se quer "contaminar" o português do berço majestoso do seu nascimento como língua. Nesse caso, falar a mesma língua não é uma barreira, mas um muro invisível e dolorido.
Honestamente, sinto que quero ter a experiência de morar em algum outro país na Europa que não seja o que tenha nos colonizado.
“por onde vou me fazendo perguntas sobre a minha própria brasilidade. É impossível viver em terra estrangeira sem pensar na terra natal. O tempo todo.”
Esse seu trecho me bateu de jeito e acho que seu texto é o melhor relato que já li em muito tempo sobre a vida de imigrante, a identidade, os prazeres e as dores de cabeça.
Eu não conseguia me sentir muito brasileiro em Fortaleza, nunca me identifiquei muito com a tal brasilidade e vários estereótipos do que é ser cearense ou brasileiro. Me mudei pra Inglaterra em 2017, em busca de um país onde eu sentisse pertencimento, e não achei. Mudei pra Portugal no fim de 2020, achei menos ainda. Hoje eu dou risada do tal pertencimento, me pergunto se ele existe. Quando pisei no Brasil a única vez depois que fui embora foi estranho. Hoje acho que não pertenço a lugar nenhum, e todo dia penso sobre essas questões sobre ser estrangeiro aqui e na própria terra, porque eu não me sentia em casa no Brasil e também não estou em casa nesses países...
"Estamos fadadas a falar apenas línguas genocidas?" - uau. Adorei essa carta, muitas reflexões de anos em um texto tão poético. Algumas palavras só poderiam ser escritas hoje, depois de tudo, e isso aparece demais. Beijos e obrigada por compartilhar com a gente 🌻
Pensei nisso também, a quantidade de anos vividos para saírem tantas reflexões e poesia dessa carta. Por aqui são apenas 3,5 anos e mais da metade trancada em casa por conta da pandemia. Serei eu uma imigrante pandêmica?
Sou apaixonada pelos filmes do Bergman, anos atrás cismei de aprender sueco por causa dele, hahaha. Vou atrás das suas indicações! (Aliás, Fucking Åmål eu amo, bonitinho demais.)
Que carta esplendida, Vanessa! Eu e a Lalai já trocamos algumas angústias sobre a vida de imigrante. Já tinha lido algumas vezes o seu relato e me sentido acolhida, mas com essa carta, pelo amor da deusa, você praticamente me botou no colo. Estou morando na Itália há um ano e meio e nossa... quantas emoções. Continue escrevendo. Você faz isso magistralmente. Beijo.
Que momento delicioso foi ler essa carta! Muito me identifico com esses sentimentos, mas que ao mesmo tempo os admiro de longe, talvez idealizando, romantizando. Obrigada por compartilhar 🤗
Aqui em terras francesas é a mesma coisa quando me apresento como brasileira, recebo sorrisos felizes, como se eu tivesse acabado de dar uma noticia boa: "ei, o Brasil existe e a felicidade também!" Eu adoro esse poder e me agarro muito a isso pra conseguir atraversar os percalços imigratorios. Texto lindissimo
Amei invadir essa correspondência (com consentimento)! Estou viajando nessa visão de línguas como lugares, e como às vezes só nos vemos quando estamos longe de nós mesmos, ou de uma parte nossa. Curioso com a resposta de Lalai! Beijos!
Adorei sua carta, obrigada por abri-la pra gente. Admiro sua coragem de viver nesse lugar que é tão frio em tantos sentidos. Depois de ter morado em vários países e ter voltado ao Brasil, também penso na minha brasilidade e nos pedaços de outras identidades nacionais que ficaram em mim. (Curiosa pra ler a resposta da Lalai)
Sua carta me tocou como um espelho. “Fincar raízes no gelo eu não consigo”, è assim que começo um dos versos mais doloridos em “Poemas acesos”, a depressão narrada depois de anos na Suécia. E aguardo seu endereço para mandar de presente o “Encontros de neve e sol”, escrito ao longo de 7 anos como uma tentativa de síntese do estranhamento sentido nos primeiros meses de mudança do Rio para Estocolmo. Ler os seus lembretes de língua como chicote, me identificar com o blasè ao pálido, um pouco de arrogância (tentar pôr silêncio nela sem sucesso), nao saber mais responder. Um abraço, querida. Encantada com a sua escrita e verdade.
a poesia ajuda a gente a atravessar tanta coisa, tô curiosa para ler teus versos.
:)
Uau. Sinto-me arrebatada e privilegiada por receber essa carta aberta. Passou-se um filme na minha cabeça, já que a Suécia habita a minha vida indiretamente. Entendi tanto sobre o que você fala da vida por aí,dos suecos, da natureza e inclusive a passagens sobre os vickings. Obrigada pela delicadeza e poesia das suas palavras. Espero conseguir responder à altura. ❤️❤️❤️❤️
eu imagino que vc tem a própria visão da Suécia a essas alturas hehe quero muito ler essa resposta, já to me preparando aqui!
Hahahaha... eu to separando a roupa de gala para responder à altura. <3
Encaminhada com sucesso pras amigas imigrantes. Me identifiquei demais com essa leitura. E que delícia de leitura!
Aqui na Belgica eu tenho a questão de morar em Bruxelas, oficialmente bilingue, majoritariamente francofona, cheia de imigrantes, mas trabalhar em Leuven que pertence ao Flandres. Todo dia que vou pro escritório é uma jornada de troca de idiomas.
Quase 5 anos e ainda me perco.
Além de todos os idiomas que se misturam em Bruxelas pela quantidade de imigrantes, existe o encontro oficial entre os idiomas de origem latina e germanica (francês e holandes).
Obrigada demais pela escrita. 🤗
Obrigada pela leitura e por encaminhar para as amigas ❤️ imagino que aí na Bélgica as questões ligadas à língua sejam ainda mais complexas. Boa sorte nessa aventura!
Seu texto me tocou profundamente. Como imigrante no país colonizador, há setes anos vivendo em terras lusas, é sempre impressionante perceber a diferença nos relatos de outros brasileiros em países que não falam a mesma língua que a nossa. Apesar de que, aqui, eles tratam o nosso português como o "português brasileiro", sempre com desdém. É até redundante falar da xenofobia cotidiana. Entende-se o que outro fala, mas muitas vezes não se quer entender, não se quer misturar, não se quer "contaminar" o português do berço majestoso do seu nascimento como língua. Nesse caso, falar a mesma língua não é uma barreira, mas um muro invisível e dolorido.
Honestamente, sinto que quero ter a experiência de morar em algum outro país na Europa que não seja o que tenha nos colonizado.
“por onde vou me fazendo perguntas sobre a minha própria brasilidade. É impossível viver em terra estrangeira sem pensar na terra natal. O tempo todo.”
Esse seu trecho me bateu de jeito e acho que seu texto é o melhor relato que já li em muito tempo sobre a vida de imigrante, a identidade, os prazeres e as dores de cabeça.
Eu não conseguia me sentir muito brasileiro em Fortaleza, nunca me identifiquei muito com a tal brasilidade e vários estereótipos do que é ser cearense ou brasileiro. Me mudei pra Inglaterra em 2017, em busca de um país onde eu sentisse pertencimento, e não achei. Mudei pra Portugal no fim de 2020, achei menos ainda. Hoje eu dou risada do tal pertencimento, me pergunto se ele existe. Quando pisei no Brasil a única vez depois que fui embora foi estranho. Hoje acho que não pertenço a lugar nenhum, e todo dia penso sobre essas questões sobre ser estrangeiro aqui e na própria terra, porque eu não me sentia em casa no Brasil e também não estou em casa nesses países...
"Estamos fadadas a falar apenas línguas genocidas?" - uau. Adorei essa carta, muitas reflexões de anos em um texto tão poético. Algumas palavras só poderiam ser escritas hoje, depois de tudo, e isso aparece demais. Beijos e obrigada por compartilhar com a gente 🌻
Pensei nisso também, a quantidade de anos vividos para saírem tantas reflexões e poesia dessa carta. Por aqui são apenas 3,5 anos e mais da metade trancada em casa por conta da pandemia. Serei eu uma imigrante pandêmica?
Sou apaixonada pelos filmes do Bergman, anos atrás cismei de aprender sueco por causa dele, hahaha. Vou atrás das suas indicações! (Aliás, Fucking Åmål eu amo, bonitinho demais.)
Que carta esplendida, Vanessa! Eu e a Lalai já trocamos algumas angústias sobre a vida de imigrante. Já tinha lido algumas vezes o seu relato e me sentido acolhida, mas com essa carta, pelo amor da deusa, você praticamente me botou no colo. Estou morando na Itália há um ano e meio e nossa... quantas emoções. Continue escrevendo. Você faz isso magistralmente. Beijo.
Indiquei seu texto na minha newsletter, tá? Um beijo! ♥️
oi Roberta! fico contente de ver que vc curtiu. vou lá espiar seu texto tb 🌟
Que delícia de texto!!!
Eis aqui uma voyeur emocionada. Passando só pra dizer que te amo, Nessa, sua linda.
Que momento delicioso foi ler essa carta! Muito me identifico com esses sentimentos, mas que ao mesmo tempo os admiro de longe, talvez idealizando, romantizando. Obrigada por compartilhar 🤗
Precioso o texto.
Tarei de olho pra ver a resposta da Lalai. 😽
Aqui em terras francesas é a mesma coisa quando me apresento como brasileira, recebo sorrisos felizes, como se eu tivesse acabado de dar uma noticia boa: "ei, o Brasil existe e a felicidade também!" Eu adoro esse poder e me agarro muito a isso pra conseguir atraversar os percalços imigratorios. Texto lindissimo
Que carta linda, Vanessa! <3
Amei invadir essa correspondência (com consentimento)! Estou viajando nessa visão de línguas como lugares, e como às vezes só nos vemos quando estamos longe de nós mesmos, ou de uma parte nossa. Curioso com a resposta de Lalai! Beijos!