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Mai 11, 2023Gostado por Vanessa Guedes

Adorei sua carta, obrigada por abri-la pra gente. Admiro sua coragem de viver nesse lugar que é tão frio em tantos sentidos. Depois de ter morado em vários países e ter voltado ao Brasil, também penso na minha brasilidade e nos pedaços de outras identidades nacionais que ficaram em mim. (Curiosa pra ler a resposta da Lalai)

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Sua carta me tocou como um espelho. “Fincar raízes no gelo eu não consigo”, è assim que começo um dos versos mais doloridos em “Poemas acesos”, a depressão narrada depois de anos na Suécia. E aguardo seu endereço para mandar de presente o “Encontros de neve e sol”, escrito ao longo de 7 anos como uma tentativa de síntese do estranhamento sentido nos primeiros meses de mudança do Rio para Estocolmo. Ler os seus lembretes de língua como chicote, me identificar com o blasè ao pálido, um pouco de arrogância (tentar pôr silêncio nela sem sucesso), nao saber mais responder. Um abraço, querida. Encantada com a sua escrita e verdade.

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Mai 11, 2023Gostado por Vanessa Guedes

Uau. Sinto-me arrebatada e privilegiada por receber essa carta aberta. Passou-se um filme na minha cabeça, já que a Suécia habita a minha vida indiretamente. Entendi tanto sobre o que você fala da vida por aí,dos suecos, da natureza e inclusive a passagens sobre os vickings. Obrigada pela delicadeza e poesia das suas palavras. Espero conseguir responder à altura. ❤️❤️❤️❤️

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Mai 11, 2023Gostado por Vanessa Guedes

Encaminhada com sucesso pras amigas imigrantes. Me identifiquei demais com essa leitura. E que delícia de leitura!

Aqui na Belgica eu tenho a questão de morar em Bruxelas, oficialmente bilingue, majoritariamente francofona, cheia de imigrantes, mas trabalhar em Leuven que pertence ao Flandres. Todo dia que vou pro escritório é uma jornada de troca de idiomas.

Quase 5 anos e ainda me perco.

Além de todos os idiomas que se misturam em Bruxelas pela quantidade de imigrantes, existe o encontro oficial entre os idiomas de origem latina e germanica (francês e holandes).

Obrigada demais pela escrita. 🤗

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Seu texto me tocou profundamente. Como imigrante no país colonizador, há setes anos vivendo em terras lusas, é sempre impressionante perceber a diferença nos relatos de outros brasileiros em países que não falam a mesma língua que a nossa. Apesar de que, aqui, eles tratam o nosso português como o "português brasileiro", sempre com desdém. É até redundante falar da xenofobia cotidiana. Entende-se o que outro fala, mas muitas vezes não se quer entender, não se quer misturar, não se quer "contaminar" o português do berço majestoso do seu nascimento como língua. Nesse caso, falar a mesma língua não é uma barreira, mas um muro invisível e dolorido.

Honestamente, sinto que quero ter a experiência de morar em algum outro país na Europa que não seja o que tenha nos colonizado.

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“por onde vou me fazendo perguntas sobre a minha própria brasilidade. É impossível viver em terra estrangeira sem pensar na terra natal. O tempo todo.”

Esse seu trecho me bateu de jeito e acho que seu texto é o melhor relato que já li em muito tempo sobre a vida de imigrante, a identidade, os prazeres e as dores de cabeça.

Eu não conseguia me sentir muito brasileiro em Fortaleza, nunca me identifiquei muito com a tal brasilidade e vários estereótipos do que é ser cearense ou brasileiro. Me mudei pra Inglaterra em 2017, em busca de um país onde eu sentisse pertencimento, e não achei. Mudei pra Portugal no fim de 2020, achei menos ainda. Hoje eu dou risada do tal pertencimento, me pergunto se ele existe. Quando pisei no Brasil a única vez depois que fui embora foi estranho. Hoje acho que não pertenço a lugar nenhum, e todo dia penso sobre essas questões sobre ser estrangeiro aqui e na própria terra, porque eu não me sentia em casa no Brasil e também não estou em casa nesses países...

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"Estamos fadadas a falar apenas línguas genocidas?" - uau. Adorei essa carta, muitas reflexões de anos em um texto tão poético. Algumas palavras só poderiam ser escritas hoje, depois de tudo, e isso aparece demais. Beijos e obrigada por compartilhar com a gente 🌻

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Sou apaixonada pelos filmes do Bergman, anos atrás cismei de aprender sueco por causa dele, hahaha. Vou atrás das suas indicações! (Aliás, Fucking Åmål eu amo, bonitinho demais.)

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Mai 11, 2023Gostado por Vanessa Guedes

Que carta esplendida, Vanessa! Eu e a Lalai já trocamos algumas angústias sobre a vida de imigrante. Já tinha lido algumas vezes o seu relato e me sentido acolhida, mas com essa carta, pelo amor da deusa, você praticamente me botou no colo. Estou morando na Itália há um ano e meio e nossa... quantas emoções. Continue escrevendo. Você faz isso magistralmente. Beijo.

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Que delícia de texto!!!

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Eis aqui uma voyeur emocionada. Passando só pra dizer que te amo, Nessa, sua linda.

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Que momento delicioso foi ler essa carta! Muito me identifico com esses sentimentos, mas que ao mesmo tempo os admiro de longe, talvez idealizando, romantizando. Obrigada por compartilhar 🤗

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Precioso o texto.

Tarei de olho pra ver a resposta da Lalai. 😽

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Aqui em terras francesas é a mesma coisa quando me apresento como brasileira, recebo sorrisos felizes, como se eu tivesse acabado de dar uma noticia boa: "ei, o Brasil existe e a felicidade também!" Eu adoro esse poder e me agarro muito a isso pra conseguir atraversar os percalços imigratorios. Texto lindissimo

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Que carta linda, Vanessa! <3

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Amei invadir essa correspondência (com consentimento)! Estou viajando nessa visão de línguas como lugares, e como às vezes só nos vemos quando estamos longe de nós mesmos, ou de uma parte nossa. Curioso com a resposta de Lalai! Beijos!

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