Tenho sentimentos muito ambíguos sobre essa obrigação que os artistas tem de se promover em redes sociais.
Recentemente fiz uma tatuagem com uma artista porque eu vi varias artes lindas que ela fez sendo postadas no instagram. Durante a minha sessão, ela comentou como ela odiava essa parte do trabalho. "Sou uma tatuadora. Quero fazer tatuagens. Eu não quero ser gerente de redes sociais. Me sinto envergonhada sempre que eu preciso parar uma sessão para gravar um video ou tirar foto".
Eu nunca teria feito a tatuagem com ela se ela não tivesse postado. Ao mesmo tempo é uma frente de trabalho que exige um conjunto de habilidades e interesses completamente diferente do ponto principal da profissão dela.
sim, você trouxe um ponto muito bom. se por um lado a rede facilita muito a divulgação do trabalho, também tem o lance de gerar mais trabalho para manter. hoje em dia o pacote básico de muitas profissões inclui ser social media, cansa muito.
tenho experimentado sumir do instagram, final do ano foram duas semanas e agora entro cada vez menos, não por fugir desse rolar de tela, mas por estar cansada demais.
mas ainda me orgulho da curadoria que tenho lá, pessoas que gosto de acompanhar suas visões e trabalhos.
seguimos na dualidade de querer fazer parte mas ainda não saber bem como.
tô me dando umas férias também. mantenho a conta ativa por esse motivo que vc falou: tenho anos de boa curadoria (e várias infos que uso na edição paga da minha newsletter vem de lá!) mas limito meu uso a entrar 1x por dia, via browser. como ferramenta de trabalho mesmo.
gosto do IG quando uso como usava há dez anos: para repartir/ver fotos/videos de coisas legais. agora, já tem um tempo que notei que deixar de postar uma edição ali não altera em nada a quantidade de leituras/assinantes. e meu foco é a escrita. taaaaaalvez se eu fizesse um esforço de publicar várias vezes, impulsionar midia, criar videos bem editados o resultado fosse outro. mas o dia só tem 24h e eu preciso comer/dormir/namorar. então sigo escolhendo colocar meu esforço em outros lugares (tipo aqui).
eu também não tenho retornos de mais assinantes de lá, mas tem muita gente que me segue pq chegou na newsletter antes... é engraçado. as pessoas pediram pra eu começar a postar os textos de modo que elas possam compartilhar lá - imagino que os contatos delas estão mais lá do que em outros lugares e elas querem mandar a mensagem do texto para os amigos. por isso comecei a fazer uns posts com quotes, mas me sinto muito besta fazendo quote de mim mesma (quero me enfiar num buraco e sumir)
Ano passado eu excluí meu instragram pessoal, aquele em que seguia os amigos e criei um "fake" em que só sigo criadores de conteúdo, porque ver a vida editada começou a me causar uma dor que superou o lado voyeur. Sinto falta da interação superficial que surgia de um storie aleatório e eventualmente poderia evoluir pra conversas mais profundas, mas por outro lado, nesse perfil que tenho não sou tão compulsiva como era com o anterior, em que a qualquer minuto de distração pegava o celular automaticamente pra ver se alguém tinha postado alguma coisa nova. Com isso voltei a ler com um pouco mais de frequência e praticar atividades físicas com mais consistência, em vez de enrolar entre uma série e outra pegando o celular pra checar as atualizações ou postar uma foto. Não vou ser hipócrita, em muitos momentos sinto falta de ver e ser vista, acho que realmente sou menos lembrada e pelo menos uma vez por semana me pergunto se deveria assumir meu nome nessa conta paralela e voltar a seguir amigos e conhecidos, mas acabo deixando pra lá.... Acho que a interação que tenho tido nos locais físicos que habito têm suprido minhas necessidades sociais, sei lá. Mas profissionalmente não preciso me expor e isso é um grande privilégio nesse sentido.
te entendo. eu acho que tb temos umas vivências em grupos no whatsapp e telegram que podem surprir essa necessidade de comunicação sem publicizar a vida necessariamente.
Estava pensando nisso ontem! Preciso postar minhas coisas de trabalho no Instagram, estou literalmente procurando frilas, e noto o quanto estou deixando a desejar nesse departamento. Teve um Braincast recente sobre o fato de que muitas profissões hoje exigem que você se torne, também, produtor de conteúdo, e aí estamos sempre nesse ciclo. É complexo, mas é o jogo que precisamos jogar atualmente, fazer o que 🤷♀️
A Jenny Odell no livro How to do nothing fala que quem pode não estar nesses espaços é porque tem um capital social, que garante o trânsito em outros espaços sem precisar construir esse capital por ali. Gosto muito dessa perspectiva e desses termos porque deixa óbvio o quanto nos subtemos é uma questão de ter ou não recursos. É difícil mesmo, e tenho particularmente me sentido muito desanimada, como qualquer millenial de classe média quando se dá conta de que com o seu trabalho jamais vai ter dinheiro para comprar uma casa.
exato! eu tenho altos e baixos. em dias que to mais desanimada, eu procuro trocar ideia com os amigos mais próximos - e que estão no mesmo barco - e sempre faz bem. as pessoas tem insights e acho que com comunidade a gente consegue achar soluções mais significativas também (odeio pensar sozinha rs).
Essa é uma angústia quase que permanente para mim. Eu não consigo encaixar rede social no meu dia sem que ela roube a minha vida. Quando passo mais tempo participando da brincadeira, fico ansiosa, durmo mal. Me sinto culpada.
Sai do Twitter e as visualizações aqui na Newsletter deram uma caída, se sair do Instagram certeza que diminui mais ainda 🥲
Eu entendo a tatuadora. E sinto também que se não postar nada no Instagram as pessoas vão esquecer que eu existo kkkkkk
Acabei escrevendo um texto sobre a presença no Instagram - e redes sociais no geral.
A onda engole e não deixa vestígios. Acredito que no mundo digital o sentimento é de que toda grama dos vizinhos é mais verde.
Talvez a vitrine digital ajude muitas profissões e profissionais. No entanto, saber dosar a expectativa e compreender seu nicho seja a melhor opção. Com um ar mais "blogueiro" funcionaria?
É teste a todo momento. Só não podemos permitir que sejamos resumidos ao nosso perfil do Instagram enquanto todo o trabalho - definitivamente - acontece fora dele.
eu também sou ambígua. Não gosto do Instagram, especificamente, desde que o MZ o incorporou. a cada dia, virou mais um lugar pra ver as pessoas que estão fora (como vc) e ele não mostra - eu tenho que ir atrás.
eu ainda sinto saudades (acho que nunca passarão) da internet-mato-elitista. mas naquela época as pessoas se conheciam, tinha barcamp, blogcamp, blogueiras feministas, luluzinhacamp, um outro fervo.
essa fervura atual, com cara, gosto e cheiro de vitrine é de um desgosto profundo. preciso de mais trabalho, tenho que ir lá me colocar... vontade? nenhuma. Acaba que me perco de mim e não dá o resultado.
A Brites falou tudo aí embaixo: todos somos o que somos e ficamos putes de ter que parar o trabalho pra cuidar da mídia social. só que, sem ela, não temos clientes/trabalho.
Como ilustrador, tatuador e músico eu me sinto preso na lógica das redes e vítima do algoritmo. Não gosto de usar as plataformas do jeito que ELAS querem porque a maneira que elas se organizam não servem pra mim, sou artista, 37 anos, última geração que viveu sem a internet como ubiquidade e lembro como era a sociedade quando não girava em torno da telemetria dos likes.
Adorei o texto pois sinto essa dor também. Inclusive acho perfeito ler isso no substack já que comecei uma newsletter também (...aos poucos...) e acho que esse formato encaixa perfeitamente no que eu sinto que a internet deveria ser e o que busco nela hoje em dia.
Vanessa, esse texto bateu fundo em mim. Sou jornalista e escritora. Me vejo numa relação às vezes boa e às vezes tóxica com o Instagram. Já fiz detox de sumiço algumas vezes, mas a impressão é essa mesmo: parece que sua existência desaparece. Também moro fora do Brasil e sei bem como é importante manter os laços com as pessoas de lá. Por isso, o que tenho feito é me comunicar do jeito que gosto: com textão. Cansei de me forçar a fazer vídeos e lIves, percebi que estava faltando tempo para escrever por causa dessas ações. E busco mesmo estreitar a relação com as pessoas que gostam de trocar reflexões. Acho que é por aí. Beijos
Que engraçado vc postar isso justo agora, Vanessa! Eu tava pensando se seria legal divulgar meu Instagram na newsletter, mais pras pessoas saberem quem é a voz que fala com elas na internet, porque eu não produzo “conteúdo” no Instagram. Eu só posto umas coisas bobas e pessoais (e não tenho a intenção de fazer nada diferente disso). Mas talvez não precise arranjar essa sarna pra me coçar. Bjos!
Da minha parte prefiro o esquecimento. É muita, muita pretensão a gente achar que vai deixar algo importante pra humanidade, ainda mais escrevendo ou fazendo arte.
A gente deixa algo sim, para o micro cosmo que importa: boas histórias e boa convivência com amigos próximos, saudades entre as amantes, pequenos gestos decentes pela vida, alguns bons trabalhos. No mais, tirando a necessidade comercial de aparecer, a vida é muito curta pra investir muito tempo em presença online.
Há um mês eu decidi que não quero mais saber de redes sociais. Para um mês, reduzi bastante o uso, sendo que nas duas primeiras semanas eu sumi. Nisso li a quantidade de livros que programei para meio semestre. Não que quem usa redes sociais não lê, mas *eu* não leio enquanto me perco no tempo das redes sociais. As odeio justamente por não conseguir me controlar diante delas. Um dia chegarei ao ponto do querido casal Esteves e Brichta, com fé nos deuses. Amigos? Troco por outros (brincadeira, mas com um fundo de verdade).
Eu gosto do meta business para postar sobre trabalho, é ótimo programar posts e stories e adeus instagram e twitter; mas infelizmente todos os detalhes divertidos e importantes (a.ka. música e link nos stories) só são possíveis dentro do app por enquanto. Só que eu dou mais valor para a escrita, meu site (aprendi no Texto e o Tempo!) e o contato com quem de fato se lembra de mim e gosta do que tenho a mostrar (que descobri ser pouquíssimas pessoas - o que não me incomoda em nada, sou muito reservada, só que senti sim uns picozinhos de solidão sem as redes; não porque não tenho amigos, mas porque eu ficava 24/7 nos barulhos dos tweets e dms, e isso se reduzir a quase nada por dia é chocante, e mais chocante ainda que as pessoas praticamente não existam offline: ser online é quase sinônimo de ser vivo hoje em dia.
Bom, é isso: um dia vou matar meus nicknames e arrobas, quem quiser me encontrar que vá até um ou dois endereços, que me ligue, que seja analógico. Prefiro perder muitas coisas (mesmo trabalhando online, daí recorro ao meta business, tweetdeck é ifttt.com) digitais mas ganhar o mundo tangível e a paz de espírito e mental. Minha qualidade de vida deu um salto impressionante.
Adorei o texto! Como gen z, é difícil me imaginar sem redes sociais. Mas tenho visto alguns amigos fazerem esse movimento e, honestamente, penso em fazer o mesmo as vezes. Acho que tem tantas camadas! A primeira, do privilégio, como você falou. Eu falo o que falo online porque quero falar, e não porque meu trabalho depende disso (apesar de ter tido oportunidades por isso). Mas ao mesmo tempo eu sinto que talvez essa seja a última geração que possa conviver, trabalhar e etc sem a internet. Ainda dá pra fazer coisas offline porque ainda tem uma pessoal (maioria mais velhos, mas mesmo assim) offline. Acho que pras próximas gerações, talvez não role. É tipo a última geração que não viu TV na infância, sei la
Também tô meio q entrando em paz com o fato de que o instagram não serve pra mim como ele é hoje, e imagino que nao sirva pra muita gente que insiste.. Na pandemia entrei na mesma de marca pessoal, aparecer todo dia, etc etc. Ganhei vários seguidores (muito mais do que inscritos na newsletter hoje kkk) mas honestamente, nem eu acreditava nas coisas que eu tentava comprimir em vídeos de 1 minuto e nem ninguém se importava, seguir e dar like é tão diferente de ler e responder. Tenho pensado muito nisso e tentado me organizar pra depender menos dessas coisas. Enfim, adorei a reflexão e vou ficar pensando nisso por um tempo :)
Tenho sentimentos muito ambíguos sobre essa obrigação que os artistas tem de se promover em redes sociais.
Recentemente fiz uma tatuagem com uma artista porque eu vi varias artes lindas que ela fez sendo postadas no instagram. Durante a minha sessão, ela comentou como ela odiava essa parte do trabalho. "Sou uma tatuadora. Quero fazer tatuagens. Eu não quero ser gerente de redes sociais. Me sinto envergonhada sempre que eu preciso parar uma sessão para gravar um video ou tirar foto".
Eu nunca teria feito a tatuagem com ela se ela não tivesse postado. Ao mesmo tempo é uma frente de trabalho que exige um conjunto de habilidades e interesses completamente diferente do ponto principal da profissão dela.
sim, você trouxe um ponto muito bom. se por um lado a rede facilita muito a divulgação do trabalho, também tem o lance de gerar mais trabalho para manter. hoje em dia o pacote básico de muitas profissões inclui ser social media, cansa muito.
Bom texto!
Exatamente isso. Manter as bordas para não sermos invadidos
Mas de onde você tirou que Adriana Esteves tinha 30 anos na década de 90?Esta equivocada.
haha eu acabei de ver que ela nasceu em 1969... fez 30 1999.
acertei na trave, né? perdão pelo vacilo :p
Na verdade, acho que mencionar a idade que é o vacilo.
Independente da conotação há sempre um viés inconsciente que deve ser observado.
O etarismo anda par a par com o machismo estrutural.
E precisamos estar atentas.
não entendi, você pode explicar melhor, por favor?
tenho experimentado sumir do instagram, final do ano foram duas semanas e agora entro cada vez menos, não por fugir desse rolar de tela, mas por estar cansada demais.
mas ainda me orgulho da curadoria que tenho lá, pessoas que gosto de acompanhar suas visões e trabalhos.
seguimos na dualidade de querer fazer parte mas ainda não saber bem como.
amei o texto :)
tô me dando umas férias também. mantenho a conta ativa por esse motivo que vc falou: tenho anos de boa curadoria (e várias infos que uso na edição paga da minha newsletter vem de lá!) mas limito meu uso a entrar 1x por dia, via browser. como ferramenta de trabalho mesmo.
também é uma forma de registro, de quem fomos ao longo dos anos - ou eu que sou apegada mesmo rs
gosto do IG quando uso como usava há dez anos: para repartir/ver fotos/videos de coisas legais. agora, já tem um tempo que notei que deixar de postar uma edição ali não altera em nada a quantidade de leituras/assinantes. e meu foco é a escrita. taaaaaalvez se eu fizesse um esforço de publicar várias vezes, impulsionar midia, criar videos bem editados o resultado fosse outro. mas o dia só tem 24h e eu preciso comer/dormir/namorar. então sigo escolhendo colocar meu esforço em outros lugares (tipo aqui).
eu também não tenho retornos de mais assinantes de lá, mas tem muita gente que me segue pq chegou na newsletter antes... é engraçado. as pessoas pediram pra eu começar a postar os textos de modo que elas possam compartilhar lá - imagino que os contatos delas estão mais lá do que em outros lugares e elas querem mandar a mensagem do texto para os amigos. por isso comecei a fazer uns posts com quotes, mas me sinto muito besta fazendo quote de mim mesma (quero me enfiar num buraco e sumir)
Ano passado eu excluí meu instragram pessoal, aquele em que seguia os amigos e criei um "fake" em que só sigo criadores de conteúdo, porque ver a vida editada começou a me causar uma dor que superou o lado voyeur. Sinto falta da interação superficial que surgia de um storie aleatório e eventualmente poderia evoluir pra conversas mais profundas, mas por outro lado, nesse perfil que tenho não sou tão compulsiva como era com o anterior, em que a qualquer minuto de distração pegava o celular automaticamente pra ver se alguém tinha postado alguma coisa nova. Com isso voltei a ler com um pouco mais de frequência e praticar atividades físicas com mais consistência, em vez de enrolar entre uma série e outra pegando o celular pra checar as atualizações ou postar uma foto. Não vou ser hipócrita, em muitos momentos sinto falta de ver e ser vista, acho que realmente sou menos lembrada e pelo menos uma vez por semana me pergunto se deveria assumir meu nome nessa conta paralela e voltar a seguir amigos e conhecidos, mas acabo deixando pra lá.... Acho que a interação que tenho tido nos locais físicos que habito têm suprido minhas necessidades sociais, sei lá. Mas profissionalmente não preciso me expor e isso é um grande privilégio nesse sentido.
te entendo. eu acho que tb temos umas vivências em grupos no whatsapp e telegram que podem surprir essa necessidade de comunicação sem publicizar a vida necessariamente.
em tempo: achei tua estratégia ótima hehe
Estava pensando nisso ontem! Preciso postar minhas coisas de trabalho no Instagram, estou literalmente procurando frilas, e noto o quanto estou deixando a desejar nesse departamento. Teve um Braincast recente sobre o fato de que muitas profissões hoje exigem que você se torne, também, produtor de conteúdo, e aí estamos sempre nesse ciclo. É complexo, mas é o jogo que precisamos jogar atualmente, fazer o que 🤷♀️
exatamente, é um jogo que faz parte para muita gente - quer a gente reclame ou não. triste.
por isso eu gosto daqui, pq apareceu como um escape de todo o barulho nas outras redes..
A Jenny Odell no livro How to do nothing fala que quem pode não estar nesses espaços é porque tem um capital social, que garante o trânsito em outros espaços sem precisar construir esse capital por ali. Gosto muito dessa perspectiva e desses termos porque deixa óbvio o quanto nos subtemos é uma questão de ter ou não recursos. É difícil mesmo, e tenho particularmente me sentido muito desanimada, como qualquer millenial de classe média quando se dá conta de que com o seu trabalho jamais vai ter dinheiro para comprar uma casa.
exato! eu tenho altos e baixos. em dias que to mais desanimada, eu procuro trocar ideia com os amigos mais próximos - e que estão no mesmo barco - e sempre faz bem. as pessoas tem insights e acho que com comunidade a gente consegue achar soluções mais significativas também (odeio pensar sozinha rs).
Essa é uma angústia quase que permanente para mim. Eu não consigo encaixar rede social no meu dia sem que ela roube a minha vida. Quando passo mais tempo participando da brincadeira, fico ansiosa, durmo mal. Me sinto culpada.
Sai do Twitter e as visualizações aqui na Newsletter deram uma caída, se sair do Instagram certeza que diminui mais ainda 🥲
Eu entendo a tatuadora. E sinto também que se não postar nada no Instagram as pessoas vão esquecer que eu existo kkkkkk
Socorro.
olha, o twitter me retorna muito mais leituras (e leitores novos) do que o instagram.
me vejo saindo do insta, mas não do twitter (por enquanto haha)
Acabei escrevendo um texto sobre a presença no Instagram - e redes sociais no geral.
A onda engole e não deixa vestígios. Acredito que no mundo digital o sentimento é de que toda grama dos vizinhos é mais verde.
Talvez a vitrine digital ajude muitas profissões e profissionais. No entanto, saber dosar a expectativa e compreender seu nicho seja a melhor opção. Com um ar mais "blogueiro" funcionaria?
É teste a todo momento. Só não podemos permitir que sejamos resumidos ao nosso perfil do Instagram enquanto todo o trabalho - definitivamente - acontece fora dele.
sim, acho que a crise é mais sobre como divulgar e expandir a rede de contatos.
existem alternativas, mas a grande massa está nos lugares 'fáceis' e populares, como o insta.
eu também sou ambígua. Não gosto do Instagram, especificamente, desde que o MZ o incorporou. a cada dia, virou mais um lugar pra ver as pessoas que estão fora (como vc) e ele não mostra - eu tenho que ir atrás.
eu ainda sinto saudades (acho que nunca passarão) da internet-mato-elitista. mas naquela época as pessoas se conheciam, tinha barcamp, blogcamp, blogueiras feministas, luluzinhacamp, um outro fervo.
essa fervura atual, com cara, gosto e cheiro de vitrine é de um desgosto profundo. preciso de mais trabalho, tenho que ir lá me colocar... vontade? nenhuma. Acaba que me perco de mim e não dá o resultado.
A Brites falou tudo aí embaixo: todos somos o que somos e ficamos putes de ter que parar o trabalho pra cuidar da mídia social. só que, sem ela, não temos clientes/trabalho.
beijo amora querida.
também tenho muita saudade dessa internet em que a gente morou nos anos 2000.
ela me trouxe as melhores pessoas <3
Como ilustrador, tatuador e músico eu me sinto preso na lógica das redes e vítima do algoritmo. Não gosto de usar as plataformas do jeito que ELAS querem porque a maneira que elas se organizam não servem pra mim, sou artista, 37 anos, última geração que viveu sem a internet como ubiquidade e lembro como era a sociedade quando não girava em torno da telemetria dos likes.
Adorei o texto pois sinto essa dor também. Inclusive acho perfeito ler isso no substack já que comecei uma newsletter também (...aos poucos...) e acho que esse formato encaixa perfeitamente no que eu sinto que a internet deveria ser e o que busco nela hoje em dia.
Vanessa, esse texto bateu fundo em mim. Sou jornalista e escritora. Me vejo numa relação às vezes boa e às vezes tóxica com o Instagram. Já fiz detox de sumiço algumas vezes, mas a impressão é essa mesmo: parece que sua existência desaparece. Também moro fora do Brasil e sei bem como é importante manter os laços com as pessoas de lá. Por isso, o que tenho feito é me comunicar do jeito que gosto: com textão. Cansei de me forçar a fazer vídeos e lIves, percebi que estava faltando tempo para escrever por causa dessas ações. E busco mesmo estreitar a relação com as pessoas que gostam de trocar reflexões. Acho que é por aí. Beijos
Que engraçado vc postar isso justo agora, Vanessa! Eu tava pensando se seria legal divulgar meu Instagram na newsletter, mais pras pessoas saberem quem é a voz que fala com elas na internet, porque eu não produzo “conteúdo” no Instagram. Eu só posto umas coisas bobas e pessoais (e não tenho a intenção de fazer nada diferente disso). Mas talvez não precise arranjar essa sarna pra me coçar. Bjos!
Da minha parte prefiro o esquecimento. É muita, muita pretensão a gente achar que vai deixar algo importante pra humanidade, ainda mais escrevendo ou fazendo arte.
A gente deixa algo sim, para o micro cosmo que importa: boas histórias e boa convivência com amigos próximos, saudades entre as amantes, pequenos gestos decentes pela vida, alguns bons trabalhos. No mais, tirando a necessidade comercial de aparecer, a vida é muito curta pra investir muito tempo em presença online.
A vida é curta e a morte é longa, né?
Queria ter esse desprendimento 😅 ainda morro de saudade dos meus amigos.
gostei da sua reflexão.
Há um mês eu decidi que não quero mais saber de redes sociais. Para um mês, reduzi bastante o uso, sendo que nas duas primeiras semanas eu sumi. Nisso li a quantidade de livros que programei para meio semestre. Não que quem usa redes sociais não lê, mas *eu* não leio enquanto me perco no tempo das redes sociais. As odeio justamente por não conseguir me controlar diante delas. Um dia chegarei ao ponto do querido casal Esteves e Brichta, com fé nos deuses. Amigos? Troco por outros (brincadeira, mas com um fundo de verdade).
Eu gosto do meta business para postar sobre trabalho, é ótimo programar posts e stories e adeus instagram e twitter; mas infelizmente todos os detalhes divertidos e importantes (a.ka. música e link nos stories) só são possíveis dentro do app por enquanto. Só que eu dou mais valor para a escrita, meu site (aprendi no Texto e o Tempo!) e o contato com quem de fato se lembra de mim e gosta do que tenho a mostrar (que descobri ser pouquíssimas pessoas - o que não me incomoda em nada, sou muito reservada, só que senti sim uns picozinhos de solidão sem as redes; não porque não tenho amigos, mas porque eu ficava 24/7 nos barulhos dos tweets e dms, e isso se reduzir a quase nada por dia é chocante, e mais chocante ainda que as pessoas praticamente não existam offline: ser online é quase sinônimo de ser vivo hoje em dia.
Bom, é isso: um dia vou matar meus nicknames e arrobas, quem quiser me encontrar que vá até um ou dois endereços, que me ligue, que seja analógico. Prefiro perder muitas coisas (mesmo trabalhando online, daí recorro ao meta business, tweetdeck é ifttt.com) digitais mas ganhar o mundo tangível e a paz de espírito e mental. Minha qualidade de vida deu um salto impressionante.
Adorei o texto! Como gen z, é difícil me imaginar sem redes sociais. Mas tenho visto alguns amigos fazerem esse movimento e, honestamente, penso em fazer o mesmo as vezes. Acho que tem tantas camadas! A primeira, do privilégio, como você falou. Eu falo o que falo online porque quero falar, e não porque meu trabalho depende disso (apesar de ter tido oportunidades por isso). Mas ao mesmo tempo eu sinto que talvez essa seja a última geração que possa conviver, trabalhar e etc sem a internet. Ainda dá pra fazer coisas offline porque ainda tem uma pessoal (maioria mais velhos, mas mesmo assim) offline. Acho que pras próximas gerações, talvez não role. É tipo a última geração que não viu TV na infância, sei la
Também tô meio q entrando em paz com o fato de que o instagram não serve pra mim como ele é hoje, e imagino que nao sirva pra muita gente que insiste.. Na pandemia entrei na mesma de marca pessoal, aparecer todo dia, etc etc. Ganhei vários seguidores (muito mais do que inscritos na newsletter hoje kkk) mas honestamente, nem eu acreditava nas coisas que eu tentava comprimir em vídeos de 1 minuto e nem ninguém se importava, seguir e dar like é tão diferente de ler e responder. Tenho pensado muito nisso e tentado me organizar pra depender menos dessas coisas. Enfim, adorei a reflexão e vou ficar pensando nisso por um tempo :)