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Jul 13, 2023Gostado por Vanessa Guedes

“To na gringa”? Mas vc já não estava?

Piada de tiozão a parte, eu tenho um problemaço com os números. Comecei a escrever aqui por gosto e logo fui tomado pela coisa de “ter mais assinantes”. Agora, to meio desmotivado pra escrever exatamente por... não ganhar mais assinantes. Não era pra ser assim; era pra ser gostoso, criativo, livre.

Não sei bem como voltar pra situação anterior mas venho tentando. E confesso que toda vez que abro uma newsletter de pessoas e não vejo ninguém recomendando a minha, volto pro pensamento “marketável”. Não, as pessoas não estão erradas, eu que estou com a cabeça em outro lugar.

Enfim, como sempre um ótimo texto que vai morar na minha cabeça por uns dias.

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Jul 13, 2023Gostado por Vanessa Guedes

Sabe, logo que cheguei aqui, o que mais me encantou foi a falta de espírito de concorrência, por meio da qual podemos indicar e apoiar uns aos outros. Nos últimos meses, um pessoal grande está chegando - e com eles seus números em outra perspectiva. É um exercício diário "competir" apenas comigo mesma, tentando - como cantava Xuxa - fazer melhor do que já fiz. Às vezes dou uma balançada e já até pequei entrando na egotrip das conquistas numéricas, algo que decidi parar de fazer. Todos partimos de largadas diferentes, afinal. Mas por mais otimista que eu seja, acho inevitável em qualquer plataforma escaparmos completamente daquela comparação involuntária que é do ser humano. Pra isso, reforço mentalmente que meu ego precisa ser menor do que o meu propósito - e a minha paixão por escrever, conversar e conhecer pessoas aqui. Números grandes ou pequenos são uma questão de perspectiva (qualquer influencer brasileiro bombado fica mini do lado do Adam Grant!). O que quero mesmo é poder manter o espírito de comunidade genuína!

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Jul 13, 2023Gostado por Vanessa Guedes

Eu leio os seus textos e faço casa semanalmente na lucidez que você nos presenteia.

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Jul 13, 2023·editado Jul 13, 2023Gostado por Vanessa Guedes

Acrescentaria ainda ao que dizes que o Substack, na medida em que vive essencialmente de uma percentagem dos ganhos de quem tem firewall e cobra pelos seus textos, tem todo o incentivo para que todos os que escrevem na plataforma tenham conteúdo pago e o máximo número de seguidores possível. Não é por acaso que o Substack nos inunda com conteúdos do estilo "how to grow your subscribers?" ou "great engine growth".

Já para não falar de exemplos de escritores cuja base de leitores expandiu muito rapidamente: apesar de o número de casos de enorme sucesso ser seguramente muito inferior ao do comum dos mortais (e calculo que tenham uma explicação como as que referes: são figuras públicas, têm outro tipo de exposição mediática, etc), esses mesmos casos têm naturalmente uma projecção desproporcionalmente grande face à sua representatividade.

Ou seja, o próprio Substack contribui para essa cultura de constante atenção aos números e comparação entre pares.

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Confesso que minha “mania de competição” é mais comezinha. Comento aqui momentos após o lançamento dessa edição e ela já tem mais comentários que todas as minhas edições dos últimos meses. 😂

Fico muito feliz com cada assinante novo, mas já desencanei de ter uma quantidade muito grande (por causa dos temas mais específicos).

Como não tenho intenção de cobrar pela newsletter, já que ela me serve de outros propósitos, achei positivo desativar a função “pledge” pois era mais um aviso da rede para o leitor e gerou algumas confusões.

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Jul 13, 2023Gostado por Vanessa Guedes

Muito importantes todos esses pontos, Vanessa! Me identifiquei tanto... Me sinto um idiota por murchar sempre que perco algum assinante aqui ou seguidor no Instagram. E, pior, por ficar reparando nesses números. No fundo até faz sentido, não adianta alguém que não gosta de um conteúdo continuar ali. Mas por que isso mexe com a gente desse jeito meio adoecedor, né? Voltarei nesse texto mais vezes ♥️ Obrigado!

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É impossível não ter a competição né Vans? Por mais que não seja o sentimento que se mostra, ele age nas entranhas, sem a gente perceber (e às.vezes percebemos!)

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Acho que é, de fato, impossível não se criar esse clima de competição. Afinal, nosso ego vive disso: da insatisfação, da falta, de querer ser melhor. O bom é que possamos ter consciência disso e seu texto foi cirúrgico nisso. E, então, talvez, quem sabe, consigamos lidar melhor com as livres demandas do nosso ego. Desde que cheguei aqui, estou nesse exercício. Sigamos.

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Jul 13, 2023Gostado por Vanessa Guedes

Uma das coisas que eu mais gosto das newsletters é poder guardar pra ler depois. Eu criei esse hábito de ir guardando, tenho até um certo apego, e depois vou me atualizando conforme tenho tempo ou necessidade. Nunca tinha reparado nisso como um hábito fora daquele que as redes sociais impuseram e meio que chega a ser até um pouco revolucionária essa liberdade de poder simplesmente escolher o melhor momento para consumir alguma coisa. Ler Newsletter é meu refúgio de certa forma, mesmo que não exista plataforma perfeita fico feliz delas existirem e possibilitarem que conteúdos inspiradores e interessantes cheguem até mim. Obrigada pelo texto, não costumo comentar, mas leio assiduamente - no meu tempo haha

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Jul 13, 2023Gostado por Vanessa Guedes

Que bom ler esse seu texto em dias de preocupação com números.

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Jul 13, 2023·editado Jul 13, 2023Gostado por Vanessa Guedes

Adorei a reflexão. A competição é sempre injusta porque não partimos todos do mesmo lugar, nem fazemos as coisas com o mesmo propósito. Essa uniformização das redes sociais pode acabar com nosso propósito, se a gente não for realista. Vou deixar um trechinho de uma crônica do Paulo Mendes Campos que eu amo, chamada Para Maria das Graças, que diz:

"Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados, todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: “A corrida terminou! Mas quem ganhou?” É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não sabe quem venceu. Se tiveres que ir a algum lugar, não te preocupes com a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre onde quiseres, ganhaste."

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Adorei. Tenho pensado muito nisso, na nossa frustrante relação com as mídias sociais.

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Comecei a minha newsletter aqui faz pouco tempo. Sempre quis ter uma e achei o formato do Substack muito legal, além da grande maioria das news que eu acompanho serem daqui. A ideia de divulgar meus textos na internet sempre foi encontrar leitores que gostem do meu trabalho e, assim, formar um público. Mas o lance das métricas das redes sociais não tem me feito muito bem. Era preciso produzir muito em pouco espaço de tempo, depois eu ficava frustrado quando um texto flopava ou ficava morrendo de medo de perder seguidores se abordasse algum tema. Achei que uma news aqui no Substack seria uma forma de fugir desses algoritmos e voltar a escrever com o coração, pois os textos iriam chegar nas pessoas sem necessidade de algoritmos. Tenho poucos assinantes (e também poucos seguidores nas redes sociais) e para que as pessoas leiam meus textos e possam vir a assinar a minha news, acabo tendo que recorrer novamente às redes sociais tradicionais para divulgá-la. Dessa forma, volto a ficar à mercê de SEOs, algoritmos, hashtags e essas coisas todas.

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adorei a edição, vanessa! pra mim o substack *ainda* é um espaço em que o tempo passa mais devagar. vi seu email quando acordei, mas só pude parar pra ler agora e realmente tem essa sensação de que não preciso ler na hora que você enviou, nem no dia, enfim. mas confesso que isso só rola com quem eu gosto mais dos textos, alguma coisa smp se perde.

agora a pergunta que você fez sobre a competição, eu vou por um outro lado. eu não acho que é só sobre os números, mas sobre quem tem os números, e como eles são tão mal distribuídos (como tudo que valorizamos, talvez?). eu quero ser lida, e as vezes as pessoas falam comigo sobre isso em tom de julgamento.. mas eu nao quero que so eu seja lida, eu quero que cada vez mais pessoas com histórias e interesses diferentes sejam lidas, e não as mesmas 15 pessoas (ou marcas) sempre. quando a gente “não é ninguém” parece que existe uma vergonha em tentar participar da conversa. mas eu gostaria que mais pessoas participassem!

divaguei muito? hahahha

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founding
Jul 13, 2023Gostado por Vanessa Guedes

Estou acompanhando os comentários com interesse!

Tenho carinho por essa comunidade no Substack, fico genuinamente feliz de ver as pessoas crescerem. Dá até pra notar a evolução na escrita de quem a gente acompanha com mais afinco. Acho que é um sentimento pela comunidade ainda ser pequena e de nicho, então tem um aspecto de vizinhança.

Infelizmente, o mundo está cheio de possibilidades pra gente ficar no chicotinho da comparação. Quem está publicado por editora fica se comparando em exemplares vendidos e prêmios recebidos, quem está no Substack tem as métricas da plataforma... Nunca vão faltar motivos. E a gente acaba descobrindo que mesmo as pessoas com quem a gente se compara também estão lá no chicotinho, se comparando com quem elas acham que está acima delas...

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Escrever e ler são atividades tão solitárias, né?

Pra mim já é gratificante saber que alguém se identificou com um texto meu, se sensibilizou, refletiu... pode ser uma só e já vale a pena fazer isso aqui. Escrever organiza meu juízo e faz a vida ter sentido ❤️

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