Cada vez menos tenho vontade de compartilhar qq coisa em rede social. E olhe q eu nunca fui de expor opiniões justamente pq não quero sofrer cobranças.
“ Para uma cabeça cansada, não há distinção entre uma pessoa especialista em um tema e um qualquer dando opinião em um vídeo”- muito bom esse trecho. E qdo isso de junta ao fato das pessoas, em geral, preferirem um conteúdo raso, ai que fica mais homogênea ainda
Sabe que eu tenho uma sensação inversa? Que hoje qualquer pessoa se sente segura e autorizada a dizer qualquer coisa sobre temas que não faz a menor ideia lúcida sobre?
Posso estar enganada, mas penso que a nossa geração não aprendeu a lidar com as pressões da internet. Primeiro porque fizemos a transição, do mundo analógico pro digital, as coisas se amplificaram exponencialmente. E depois porque as redes e o comportamento deram saltos enormes rapidamente, o que torna difícil de acompanhar emocionalmente. Daí parte muito desse medo de se expor, algo que eu vejo com mais naturalidade entre os mais jovens, "nativos" por assim dizer. Não é regra, claro. Estou como você, cansada dos formatos pasteurizados (que funcionam, claro). O que será que aconteceria se um creator não falasse as palavras "curte, comenta, compartilha"? Fica aí o questionamento haha
Curioso. Por mais que eu faça isso, eu sinto bastante aversão de dar opinião na internet pq aprendi que eu "não sou ninguém na fila do pão". Portanto, acabo ficando nessa insegurança de falar as coisas.
É interessante pensar também que os algoritmos do modelo tiktok privilegiam viralizaçao em vez de comunidade - ou seja, eu distribuo pra todo mundo que já interagiu com algo parecido, não para pessoas que optaram me seguir. Isso gera um problema gigante de falta de contexto, a gente recebe algo sem o resto da informação pra interpretar. Tem a brisa do formato também, esse tipo de distribuição tende a viralizar formatos repetidos, e de repente, quando vemos, o feed é inteiro composto do mesmo tipo de vídeo. Tudo ganha uma proporção gigante e o palco é automático mesmo. Adorei o texto!
Interessante que isso funciona pro "bem" tb, por conta desse modelo de algoritmo radical. Um exemplo: não uso mais tiktok pq ele me entrega exatamente o que eu quero (comida, gatos e HEMA) e eu não consigo largar desgraçado!
A Fada Sensata deu lugar ao Alecrim Dourado. Antes o povo admirava a sensatez, agora aponta quem usa dessa "sensatez" como o intocável certinho. Cansada das redes, e dos termos delas.
a homogenização de tudo e de todos. está todo mundo igual., seja por meio das harmonizações faciais ou pelos discursos que emitem. há um formato, um molde para tudo. ninguém escapa. e ninguém perde tempo com reflexão ou contemplação na lógica do 24/7.
Recentemente tenho pensado muito nessa era do protagonismo. Depois de ouvir dois podcasts sobre o tema e ler a newsletter da Luciana da Flows, percebi o quanto está os vivendo em um momento de tamanho individualismo, em que as pessoas estão o tempo todo protagonizando a própria vida, se tornando especialistas em tudo quanto é coisa e compartilhando seus conhecimentos online. No próprio Youtube, cai num algoritmo de "glow up", "seja sua melhor versão", "vem que eu te ensino a ser melhor e mais assertiva".... todo tipo de vídeo que a pessoa me ensina a ser melhor seguindo os passos dela. Que doideira isso, só quero relaxar rsrs.
Obrigada por trazer mais um viés desse tema que tem sido tão presente na nossa rotina.
Algo que acho curioso sobre fadas sensatas e cristais perfeitos é que a vigilância pregada por eles numa estrutura nada progressista para ver quem era o mais desconstruidão influenciou uma "próxima geração" e a cobra deu a volta e mordeu o próprio rabo. Virou uma espécie de mullets dos anos 2020, de repente sumiu, ninguém nunca usou, mesmo que os tuítes, digo, as fotos mostrem o contrário.
Tinha calafrios com o termo "fada sensata" hahaha Passou e o negócio foi ladeiro abaixo. Eu já tive medo desse cancelamento, julgamento etc, ainda tenho na verdade. Sigo porque a escrita me vence.
Minhas news favoritas variam de tempos em tempos, mas a sua não sai do meu top 5 e este texto é mais um que explica por quê. Lembro-me de ler, no auge da pandemia, da importância dos reais profissionais de saúde colocarem suas vozes na internet de modo didático – do contrário, seríamos soterrados pelos leigos "pós-graduados no curso de 3 módulos de storytelling do guru da vez". Triste e real...
Cada vez menos tenho vontade de compartilhar qq coisa em rede social. E olhe q eu nunca fui de expor opiniões justamente pq não quero sofrer cobranças.
“ Para uma cabeça cansada, não há distinção entre uma pessoa especialista em um tema e um qualquer dando opinião em um vídeo”- muito bom esse trecho. E qdo isso de junta ao fato das pessoas, em geral, preferirem um conteúdo raso, ai que fica mais homogênea ainda
veradade. Tenho a sensação que o conteúdo raso não é nem falta de interesse das pessoas, mas cansaço mesmo. :(
Sabe que eu tenho uma sensação inversa? Que hoje qualquer pessoa se sente segura e autorizada a dizer qualquer coisa sobre temas que não faz a menor ideia lúcida sobre?
opa! Olha, faz sentido, eu consigo ver esse lado também. Vivemos tempos estranhos e confusos né
Posso estar enganada, mas penso que a nossa geração não aprendeu a lidar com as pressões da internet. Primeiro porque fizemos a transição, do mundo analógico pro digital, as coisas se amplificaram exponencialmente. E depois porque as redes e o comportamento deram saltos enormes rapidamente, o que torna difícil de acompanhar emocionalmente. Daí parte muito desse medo de se expor, algo que eu vejo com mais naturalidade entre os mais jovens, "nativos" por assim dizer. Não é regra, claro. Estou como você, cansada dos formatos pasteurizados (que funcionam, claro). O que será que aconteceria se um creator não falasse as palavras "curte, comenta, compartilha"? Fica aí o questionamento haha
Curioso. Por mais que eu faça isso, eu sinto bastante aversão de dar opinião na internet pq aprendi que eu "não sou ninguém na fila do pão". Portanto, acabo ficando nessa insegurança de falar as coisas.
É interessante pensar também que os algoritmos do modelo tiktok privilegiam viralizaçao em vez de comunidade - ou seja, eu distribuo pra todo mundo que já interagiu com algo parecido, não para pessoas que optaram me seguir. Isso gera um problema gigante de falta de contexto, a gente recebe algo sem o resto da informação pra interpretar. Tem a brisa do formato também, esse tipo de distribuição tende a viralizar formatos repetidos, e de repente, quando vemos, o feed é inteiro composto do mesmo tipo de vídeo. Tudo ganha uma proporção gigante e o palco é automático mesmo. Adorei o texto!
Interessante que isso funciona pro "bem" tb, por conta desse modelo de algoritmo radical. Um exemplo: não uso mais tiktok pq ele me entrega exatamente o que eu quero (comida, gatos e HEMA) e eu não consigo largar desgraçado!
A Fada Sensata deu lugar ao Alecrim Dourado. Antes o povo admirava a sensatez, agora aponta quem usa dessa "sensatez" como o intocável certinho. Cansada das redes, e dos termos delas.
a homogenização de tudo e de todos. está todo mundo igual., seja por meio das harmonizações faciais ou pelos discursos que emitem. há um formato, um molde para tudo. ninguém escapa. e ninguém perde tempo com reflexão ou contemplação na lógica do 24/7.
a demonização facial rs
Recentemente tenho pensado muito nessa era do protagonismo. Depois de ouvir dois podcasts sobre o tema e ler a newsletter da Luciana da Flows, percebi o quanto está os vivendo em um momento de tamanho individualismo, em que as pessoas estão o tempo todo protagonizando a própria vida, se tornando especialistas em tudo quanto é coisa e compartilhando seus conhecimentos online. No próprio Youtube, cai num algoritmo de "glow up", "seja sua melhor versão", "vem que eu te ensino a ser melhor e mais assertiva".... todo tipo de vídeo que a pessoa me ensina a ser melhor seguindo os passos dela. Que doideira isso, só quero relaxar rsrs.
Obrigada por trazer mais um viés desse tema que tem sido tão presente na nossa rotina.
sim! em inglês eles usam o termo "main character energy", eu acho que descreve bem a crise.
todo mundo cansado disso, mas geral viciada também :(
(se eu te chamar de fada sensata vou ter que escrever na lousa mil vez “fadas sensatas não existem?”)
adorei a edição. foi bem cirúrgico falar da forma.
e gracias pela menção :)
haha eu sou a fada insensata
Algo que acho curioso sobre fadas sensatas e cristais perfeitos é que a vigilância pregada por eles numa estrutura nada progressista para ver quem era o mais desconstruidão influenciou uma "próxima geração" e a cobra deu a volta e mordeu o próprio rabo. Virou uma espécie de mullets dos anos 2020, de repente sumiu, ninguém nunca usou, mesmo que os tuítes, digo, as fotos mostrem o contrário.
sim!! (to rindo com os mullets)
a vigilância foi longe demais
Tinha calafrios com o termo "fada sensata" hahaha Passou e o negócio foi ladeiro abaixo. Eu já tive medo desse cancelamento, julgamento etc, ainda tenho na verdade. Sigo porque a escrita me vence.
eu tenho pra mim que o cancelamento chega, mais cedo ou mais tarde.
mas é bom ser pequena no rolê pq não se tem holofotes - só o brilho das pessoas legais na volta <3
Hahaha vdd
Minhas news favoritas variam de tempos em tempos, mas a sua não sai do meu top 5 e este texto é mais um que explica por quê. Lembro-me de ler, no auge da pandemia, da importância dos reais profissionais de saúde colocarem suas vozes na internet de modo didático – do contrário, seríamos soterrados pelos leigos "pós-graduados no curso de 3 módulos de storytelling do guru da vez". Triste e real...