9 Comentários

Adorei o texto, muita coisa pra se pensar sobre! O que eu acho que pega muito na questão da pornografia (como ela nos é apresentada nos filmes pornô) é o quanto perpetua violências e exploração de corpos já marginalizados etc etc. Reconheço que esse é apenas um possível recorte para se enxergar as coisas, mas é que pra mim é bem difícil separar pornografia/violência e exploração pelo capital dessas violências. Não sei se tem algum fundamento isso, precisaria ler mais sobre o assunto.

Um abração!

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sim. vejo a galera criticando a instituição pornografia quando, me parece, querem falar da exploração dos profissionais no mainstream e da disseminação de certas categorias de porn que moldam e limitam muito a imagem do sexo ideal que as pessoas estão expostas. por isso precisamos muito conversar sobre isso, naturalizar a questão, pq de outro modo as pessoas continuam consumindo porn da pior qualidade possível (e não tô falando de produção, mas de diversidade mesmo).

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Ameeeei essa edição, acho que dialoga muito com a news gênios (que vc gentilmente indicou e adooooro) no sentido de que temos desenvolvido uma relação fetichista, voyeurista e pornográfica, sem medida, com um grande universo de coisas não relacionadas necessariamente a sexo. sua news me fez pensar muito sobre como as emoções humanas parecem descalibradas em tempos de redes sociais. beijossss

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oi van! antes de tudo, queria dizer que vi seu comentário no twitter sobre esse texto já parecer VELHO. sei que as redes nos deixam a impressão de só podermos falar sobre o assunto do momento, mas gosto bastante de ler 'análises da semana' como uma boa velha revista semanal de antigamente, sabe? resumindo, que bom que você abordou o assunto aqui porque trouxe muita coisa interessante a se pensar.

fiquei relendo algumas vezes a pergunta 'por que o explícito não pode fazer parte da sexualidade também?' e pensando no que você até comentou no grupo sobre as pessoas fugirem de alguns papos sobre sexo (considerando as desinscrições quase automáticas).

essa reserva de pensar que talvez o sexo & assuntos afins deveriam ser exclusivo como tópicos para situações mais íntimas (ou sequer conversado) pra mim tem a ver com essa afirmação que você cita do Byung Chul-Han: que a sexualidade seria profanada pela pornografia. a sexualidade seria então profanada pelo explícito? que envolve falar sobre o assunto de uma forma mais aberta?

o que me lembrou que há alguns meses estava num clube do livro em que as pessoas a-do-ram trazer uma história pessoal a partir de algum tema da leitura. mas quando o assunto chegou em descobertas sexuais na adolescência ninguém tinha um ai para falar, nenhum caso para contar e veio alguém e disse 'hm, mudando de assunto' enquanto rolava um desconforto muito estranho numa sala com pessoas adultas, enfim. gostei muito dessa edição!

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eita! será que a fala e a escrita tornam o sexo explícito também?

rola muito de pessoas darem unsubscribe quando chegam aqui porque gostaram muito de um texto em específico e acham que eu escrevo apenas sobre aquele assunto (quando escrevi sobre burnout rolou isso e quanto escrevi sobre desejo de emagrecimento também).

no caso do sexo, eu sinto que é uma aversão. talvez seja parecido com o que eu mesma sinto quando começo a seguir alguém no instagram (vamos começar a autocrítica agora) e de repente a pessoa posta foto nude, seminude ou alguma coisa num tom hipersexualizado, do nada. eu me sinto meio invasiva, porque numa situação normal de dia a dia eu não teria uma interação erotizada com essa pessoa. mas numa relação de expectatdora da rede social dessa pessoa, onde nossa relação é digital, a interação acontece sem que eu tenha controle.

a gente também não tem controle sobre o que os outros postam na nossa timeline e isso dá medo hahaha

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Eu fiquei confuso porque vi tudo isso que você mencionou, mas a pessoa do vídeo estava fazendo um camarão na moranga, não tapioca. Dois vídeos da mesma pessoa, será? Ou muita coincidência?

De qualquer forma, não muda a reflexão, claro.

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sim, ela tem uma conta no instagram com vários vídeos fazendo comida.

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Oi Vanessa!

Eu não li esse livro do Byung Chul Han, mas li "Agonia do Eros" e acho que na verdade, BCH consegue tirar a sexualidade do lugar sagrado sim, mas não achei conservadorismo, eu acho que "Agonia do Eros" fala mais sobre como a gente deixou de descobrir o mistério da sexualidade porque ao invés de estarmos eróticos (reconhendo a outridade das pessoas) estamos sempre pornográficos (querendo enxergar a pessoa por completo) e isso meio que se desdobra pra além da sexualidade também. Então, fiquei curiosa pra ler o texto que você citou.

Eu só diria que as pessoas estão agindo de forma cada vez mais conservadora com a desculpa de que isso é algo progressista. Acho que ainda não estamos, enquanto sociedade, com a habilidade de olhar caso a caso e pensar e pesar cada situação. A moça dos vídeos pode não se importar em ser desejada, oras. E também não é porque alguém fantasia algo com você que isso é necessariamente ruim, afinal, como você mesmo disse, as pessoas só não têm muito controle do que pensam. Acho que o medo do fetiche não é bem o medo do descontrole da própria imaginação, mas essa ausencia de aceitação da alteridade. Às vezes vão te olhar com olhar de desejo e fantasia, mas desde que não te prejudique, pode ser que não seja ruim assim? E não tem nada pra se fazer a respeito, só aceitar. Mas essas falas tentando impor essa "preservação" do próprio corpo me parecem uma tentativa de intimidar os outros em algo que eles nem tem controle.

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(só li esse comentário agora, desculpa a demora)

então, o ensaio do BCH que eu cito, Pornografia, está dentro do livro Agonia do Eros. então, presumo que estamos falando do mesmo texto! rs

eu achei ele conservador da parte de inserir na pornografia a responsabilidade exclusiva por uma certa "crise" erótica que a suposta falta de mistério causa. eu acho que tem muito mais elementos aí nessa conta. a pornografia é mais sintoma do que causa. sabe?

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