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Adorei o texto, muita coisa pra se pensar sobre! O que eu acho que pega muito na questão da pornografia (como ela nos é apresentada nos filmes pornô) é o quanto perpetua violências e exploração de corpos já marginalizados etc etc. Reconheço que esse é apenas um possível recorte para se enxergar as coisas, mas é que pra mim é bem difícil separar pornografia/violência e exploração pelo capital dessas violências. Não sei se tem algum fundamento isso, precisaria ler mais sobre o assunto.

Um abração!

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Ameeeei essa edição, acho que dialoga muito com a news gênios (que vc gentilmente indicou e adooooro) no sentido de que temos desenvolvido uma relação fetichista, voyeurista e pornográfica, sem medida, com um grande universo de coisas não relacionadas necessariamente a sexo. sua news me fez pensar muito sobre como as emoções humanas parecem descalibradas em tempos de redes sociais. beijossss

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oi van! antes de tudo, queria dizer que vi seu comentário no twitter sobre esse texto já parecer VELHO. sei que as redes nos deixam a impressão de só podermos falar sobre o assunto do momento, mas gosto bastante de ler 'análises da semana' como uma boa velha revista semanal de antigamente, sabe? resumindo, que bom que você abordou o assunto aqui porque trouxe muita coisa interessante a se pensar.

fiquei relendo algumas vezes a pergunta 'por que o explícito não pode fazer parte da sexualidade também?' e pensando no que você até comentou no grupo sobre as pessoas fugirem de alguns papos sobre sexo (considerando as desinscrições quase automáticas).

essa reserva de pensar que talvez o sexo & assuntos afins deveriam ser exclusivo como tópicos para situações mais íntimas (ou sequer conversado) pra mim tem a ver com essa afirmação que você cita do Byung Chul-Han: que a sexualidade seria profanada pela pornografia. a sexualidade seria então profanada pelo explícito? que envolve falar sobre o assunto de uma forma mais aberta?

o que me lembrou que há alguns meses estava num clube do livro em que as pessoas a-do-ram trazer uma história pessoal a partir de algum tema da leitura. mas quando o assunto chegou em descobertas sexuais na adolescência ninguém tinha um ai para falar, nenhum caso para contar e veio alguém e disse 'hm, mudando de assunto' enquanto rolava um desconforto muito estranho numa sala com pessoas adultas, enfim. gostei muito dessa edição!

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Eu fiquei confuso porque vi tudo isso que você mencionou, mas a pessoa do vídeo estava fazendo um camarão na moranga, não tapioca. Dois vídeos da mesma pessoa, será? Ou muita coincidência?

De qualquer forma, não muda a reflexão, claro.

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Oi Vanessa!

Eu não li esse livro do Byung Chul Han, mas li "Agonia do Eros" e acho que na verdade, BCH consegue tirar a sexualidade do lugar sagrado sim, mas não achei conservadorismo, eu acho que "Agonia do Eros" fala mais sobre como a gente deixou de descobrir o mistério da sexualidade porque ao invés de estarmos eróticos (reconhendo a outridade das pessoas) estamos sempre pornográficos (querendo enxergar a pessoa por completo) e isso meio que se desdobra pra além da sexualidade também. Então, fiquei curiosa pra ler o texto que você citou.

Eu só diria que as pessoas estão agindo de forma cada vez mais conservadora com a desculpa de que isso é algo progressista. Acho que ainda não estamos, enquanto sociedade, com a habilidade de olhar caso a caso e pensar e pesar cada situação. A moça dos vídeos pode não se importar em ser desejada, oras. E também não é porque alguém fantasia algo com você que isso é necessariamente ruim, afinal, como você mesmo disse, as pessoas só não têm muito controle do que pensam. Acho que o medo do fetiche não é bem o medo do descontrole da própria imaginação, mas essa ausencia de aceitação da alteridade. Às vezes vão te olhar com olhar de desejo e fantasia, mas desde que não te prejudique, pode ser que não seja ruim assim? E não tem nada pra se fazer a respeito, só aceitar. Mas essas falas tentando impor essa "preservação" do próprio corpo me parecem uma tentativa de intimidar os outros em algo que eles nem tem controle.

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